Uma das primeiras classificações feitas no Brasil sobre o relevo do país começou a ser produzida nos anos 1940 pelo geógrafo e geomorfólogo brasileiro Aroldo de Azevedo. Professor da USP, Aroldo publicou seu trabalho em 1949. A classificação baseava-se no critério da altimetria que dividia o Brasil em planícies, áreas de até 200 metros de altitude, e planaltos, áreas superiores a 200 metros de altitude.
SE VOCÊ GOSTAR DESSE TEXTO, CLIQUE EM UM DOS ANÚNCIOS AO LADO OU ACIMA E AJUDE A MANTER ESTE BLOG.
Aroldo baseou seu trabalho nas informações produzidas sobre o território até então e em trabalhos de campo onde partiu para a observação direta do relevo. Ele dividiu o Brasil em quatro planaltos e quatro planícies. Os planaltos são:
Planalto das Guianas
Planalto Atlântico
Planalto Central
Planalto Meridional
As planícies são:
Planície Amazônica
Planície do Pantanal
Planície Costeira
Planície do Pampa ou Gaúcha
Veja o mapa com a classificação de relevo de Aroldo de Azevedo:
No final dos anos 1950 surgiu uma nova classificação de relevo para o Brasil, elaborada pelo geógrafo e geomorfólogo Aziz Nacib Ab'Sáber. Também professor da USP, Ab'Sáber elaborou uma classificação mais complexa do que a de seu antecessor. Introduziu a abordagem morfoclimática, que considera os efeitos do clima sobre o relevo. Identificam-se sete planaltos e três planícies na classificação de Aziz. Os planaltos são:
Planalto das Guianas
Planalto Central
Planalto Meridional
Planalto Nordestino
Planalto do Maranhão-Piauí
Planalto Uruguaio Sul-Riograndense
Serras e Planaltos do Leste e Sudeste
As planícies são:
Planície Amazônica
Planície do Pantanal
Planície Costeira
Veja o mapa com a classificação de relevo de Aziz Ab'Sáber:
Planalto das Guianas
Planalto Central
Planalto Meridional
Planalto Nordestino
Planalto do Maranhão-Piauí
Planalto Uruguaio Sul-Riograndense
Serras e Planaltos do Leste e Sudeste
As planícies são:
Planície Amazônica
Planície do Pantanal
Planície Costeira
Veja o mapa com a classificação de relevo de Aziz Ab'Sáber:
Em 1989 foi divulgada a nova classificação de relevos do Brasil elaborada pelo professor Jurandyr Ross, do Laboratório de Geomorfologia do Departamento de Geografia da USP. Ele usou no seu trabalho os dados produzidos pelo Projeto Radam Brasil.
Esse projeto, que restringia-se ao mapeamento por radar da Amazônia, foi ampliado para todo o Brasil em 1975. No levantamento dos dados foi utilizado o avião Caravelle que sobrevoou o país a uma altitude média de 12 km e a uma velocidade média de 690 Km/h. O professor Jurandyr Ross fez parte da equipe do Radam Brasil.
A nova classificação, com 28 unidades de relevo, considerou, além das características morfoestruturais (estruturas geológicas) e morfoclimáticas, as características morfoesculturais do relevo, ou seja, a ação dos agentes externos. E introduz o conceito de depressão, inexistente nas classificações anteriores.
As depressões são formas de relevo que apresentam altitudes mais baixas do que as existentes ao redor, já que elas circundam planaltos. Nas áreas de contato entre os planaltos e as depressões, costumam surgir escarpas quase verticais, demosntrando o efeito da erosão diferencial. Os sedimentos erodidos constituem a estrutura aplanada das depressões enquanto as rochas resistentes à erosão constituem os planaltos. No Brasil, existem 11 depressões e elas são divididas nos três grupos a seguir:
Depressão Periférica: estabelecidas nas regiões de contato entre estruturas sedimentares e cristalinas.
Depressão Interplanáltica: estabelecidas em áreas mais baixas em relação aos planaltos que as circundam.
Depressão Marginal: margeiam as bordas de bacias sedimentares, esculpidas em estruturas cristalinas.
Os planaltos, segundo a classificação de Jurandyr Ross, correspondem às estruturas que cobrem a maior parte do território e são consideradas formas residuais, ou seja, constituídas por rochas que resistiram ao trabalho de erosão. No Brasil existem 11 planaltos divididos nos quatro grupos a seguir:
Planaltos em Bacias Sedimentares: constituídos por rochas sedimentares e circundados por depressões periféricas ou marginais.
Planaltos dos Cinturões Orogênicos: originados pela erosão sobre os antigos dobramentos sofridos na Era Pré-Cambriana pelo território brasileiro.
Planaltos em Núcleos Cristalinos Arqueados: estruturas que, embora isoladas e distantes umas das outras, possuem a mesma forma, ligeiramente arredondada.
Planaltos em intrusões e coberturas residuais da plataforma (escudos): formações antigas da era Pré-Cambriana que possuem grande parte de sua extensão recoberta por terrenos sedimentares.
Nas planícies, onde predomina o trabalho de acumulação de sedimentos, as constituições das rochas se diferenciam dos planaltos e das depressões por serem formadas por sedimentação recente, com origem no Quaternário. No Brasil existem 6 planícies divididas em dois grupos:
Planícies Costeiras: encontradas no litoral como as Planícies e Tabuleiros Litorâneos.
Planícies Continentais: situadas no interior do país, são consideradas planícies as terras situadas junto aos rios.
Esses três conjuntos (depressões, planaltos e planícies) compõem a classificação mais recente adotada no Brasil. Veja o mapa da classificação de relevo de Jurandyr Ross:
Esse projeto, que restringia-se ao mapeamento por radar da Amazônia, foi ampliado para todo o Brasil em 1975. No levantamento dos dados foi utilizado o avião Caravelle que sobrevoou o país a uma altitude média de 12 km e a uma velocidade média de 690 Km/h. O professor Jurandyr Ross fez parte da equipe do Radam Brasil.
A nova classificação, com 28 unidades de relevo, considerou, além das características morfoestruturais (estruturas geológicas) e morfoclimáticas, as características morfoesculturais do relevo, ou seja, a ação dos agentes externos. E introduz o conceito de depressão, inexistente nas classificações anteriores.
As depressões são formas de relevo que apresentam altitudes mais baixas do que as existentes ao redor, já que elas circundam planaltos. Nas áreas de contato entre os planaltos e as depressões, costumam surgir escarpas quase verticais, demosntrando o efeito da erosão diferencial. Os sedimentos erodidos constituem a estrutura aplanada das depressões enquanto as rochas resistentes à erosão constituem os planaltos. No Brasil, existem 11 depressões e elas são divididas nos três grupos a seguir:
Depressão Periférica: estabelecidas nas regiões de contato entre estruturas sedimentares e cristalinas.
Depressão Interplanáltica: estabelecidas em áreas mais baixas em relação aos planaltos que as circundam.
Depressão Marginal: margeiam as bordas de bacias sedimentares, esculpidas em estruturas cristalinas.
Os planaltos, segundo a classificação de Jurandyr Ross, correspondem às estruturas que cobrem a maior parte do território e são consideradas formas residuais, ou seja, constituídas por rochas que resistiram ao trabalho de erosão. No Brasil existem 11 planaltos divididos nos quatro grupos a seguir:
Planaltos em Bacias Sedimentares: constituídos por rochas sedimentares e circundados por depressões periféricas ou marginais.
Planaltos dos Cinturões Orogênicos: originados pela erosão sobre os antigos dobramentos sofridos na Era Pré-Cambriana pelo território brasileiro.
Planaltos em Núcleos Cristalinos Arqueados: estruturas que, embora isoladas e distantes umas das outras, possuem a mesma forma, ligeiramente arredondada.
Planaltos em intrusões e coberturas residuais da plataforma (escudos): formações antigas da era Pré-Cambriana que possuem grande parte de sua extensão recoberta por terrenos sedimentares.
Nas planícies, onde predomina o trabalho de acumulação de sedimentos, as constituições das rochas se diferenciam dos planaltos e das depressões por serem formadas por sedimentação recente, com origem no Quaternário. No Brasil existem 6 planícies divididas em dois grupos:
Planícies Costeiras: encontradas no litoral como as Planícies e Tabuleiros Litorâneos.
Planícies Continentais: situadas no interior do país, são consideradas planícies as terras situadas junto aos rios.
Esses três conjuntos (depressões, planaltos e planícies) compõem a classificação mais recente adotada no Brasil. Veja o mapa da classificação de relevo de Jurandyr Ross:
Conclui-se, então, que as classificações de relevo do Brasil evoluiram nos últimos 60 anos, não só pelo uso de novas tecnologias bem como pela incorporação de novos conceitos e metodologias de trabalho. Vamos lá, leitor! Compare os mapas observando-os com atenção. Note como as planícies diminuem a cada clasificação. Observe cada mudança e exercite seu olhar geográfico. Pode ser bastante divertido.
REFERÊNCIAS:
ARAÚJO, Regina. MAGNOLI, Demétrio. Projeto de ensino de geografia. Geografia do Brasil. - 2. ed. - São Paulo: Moderna, 2005.
ROSS, Jurandyr L. S. Geografia do Brasil. - 4. ed. 1 reimpr. - São Paulo: EDUSP, 2003.
26 comentários:
Parabéns, a maneira com que você organizou os conteúdos ficou muito didática. COnsultarei seu Blog mais vezes.
Suas considerações foram importantes para me auxiliar em um trabalho.
Obrigada!
Sejam sempre bem-vindos.
Até!
legala enfanse nos criterios, pois mtos professores nao comentam esse topico.
Creio, eu, Roberta, que a abordagem desse tema sem análise dos critérios de cada classificação se torna um pouco sem sentido por ficar restrita à divisão das unidades em números de planaltos, planícies e depressões...
Que bom que você gostou. Seja bem-vinda. Abraços!
Ficou ótimo, mas a legenda do mapa que mostra a classificação do relevo de acordo com o Ross está com a legenda ilegível. Poderia colocar uma maior?
Desculpe, Jonatha.Essa imagem é a melhos de que disponho. Abraços!
Eu gostei muito,pois fala bem Claro e a maneira como foi clocada, eu que estava estudando para uma prova na escola de aplicação em boa vista,tirou varias duvidas que eu tinha,gostei muito
Seja sempre bem-vinda, Amanda! Abraços!
Parabéns pela página,os conteudos são muito esclarecedores,me ajudou muito no trabalho de geografia!!!!
ate +
seu blog é ótimo adoreii, muito muito bom!, Parabens!, me ajudou muuito
Obrigado, Bells e Hanna!
Olá Diego! Sou colega de classe da Hanna e por conhecidencia também vim perquisar no seu blog...Parabéns pelo trabalho, pela ótima explicação!
Obrigado pelo elogio! Boa sorte na pesquisa!
olaaa, eu gostei fiz um resumo, e vai me ajudar muito Diego fez bom trabalho, eu axxxo
Parabèns pela pagina! adoreiiii
muito legal mais poderia mais mapas com classificações de relevo mais legiveis
muito obrigaodo se vc fizer isso
Mto legaal, fexeei em um trabalho de geografia graças as suas explicações super organizadas,´parebêns & obrigado !
Fiz o trabalho que você pediu inteiro com seu blog e com o que você passou na aula , não tem como me dar errado kkkk
Muito Bem!!!
Desde a forma que vc edita e publica.
ficou muito dez e me ajudou no trabalho de Geografia desde já
Obrigado: Viturino Caarapó-M.S.
nossa adorei consegui pesqisar e saber td q queria valeu demais #melhorqwikipedia
Parabéns, Otimo blog me ajudou muito.
taê a legenda da figura segundo Ross, Johnatha:
PLANALTOS
1- planalto da Amazônia Oridental
2- // e chapadas da Bacia do Parnaíba
3- // // // Parná
4- Planalto e Chapada dos Parecis
5-Planaltos Residuais Norte-Amazônicos
6- Planaltos Residuais Sul-Amazônicos
7- Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste
8-Planaltos e Serras Goiás-Minas
9- Serras Residuais do Alto Paraguai
10-Planalto da Borborema
11- Planalto Sul-Rio-Grandense
DEPRESSÔES
12- Depressâo da Amazônia Ocidental
13- // Marginal Norte-Amazônica
14- Depressão Marginal Sul-Amazônica
15- Depressão do Araguaia
16- Depressão Cuiabana
17- Depressão do Alto Paraguai-Guaporé
18- Depressão do Miranda
19- Depressão Sertaneja e do São Francisco
20- Depressão do Tocantins
21- Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná
22- Depressão periférica Sul-Rio-Grandense
PLANÍCIES
23- Planície do Rio Amazonas
24- Planície do Rio Araguaia
25- // e Pantanal do Rio Guaporé
26- Planície e Pantanal Mato-Grossense
27- Planície da Lagoa dos Patos e Mirim
28-Planícies e Tabuleiros Litorâneos
amigo muito obrigado , muito obrigado mesmo , meu professor de geografia pediu um trabalho sobre exatamente isso , falando desses tres ai , vlw irmao , tomata que eu tire um belo 10,0 =)
Gostei muito deste post.Não conhecia o seu blog e achei ótima a forma de abordar o conteúdo. Precisava dessa matéria para estudar pra prova e no meu livro tava mal-explicado. Me ajudou bastante!!
Diego, seu blog é demais, Ass: Caio e Ben
Postar um comentário