O terrorismo é uma manifestação da violência, usada como forma de impor a vontade de uma pessoa ou grupo, normalmente com finalidade política. A violência é caracterizada pela prática de atentados com variável potencial destrutivo e cujo objetivo é a desorganização da sociedade existente e a tomada do poder.
Diversas organizações terroristas marcaram a história ao longo do século 20. Muito antes do fundamentalismo islâmico ganhar destaque com os atentados de 11 de setembro de 2001, grupos terroristas tiravam a paz de milhões de pessoas, inclusive em países desenvolvidos. É o caso da Irlanda do Norte, com a atuação do IRA, o Exército Republicano Irlandês, e é também o caso da Espanha, com o ETA, Euskadi Ta Askatasuna (Pátria Basca e Liberdade).
Contudo, é verdade que o terrorismo era protagonizado por atores locais e regionais durante a velha ordem mundial e passou a ter dimensão global na nova ordem, com a sistemática de atentados promovidos por organizações como a Al Qaeda, que articulou os ataques às Torres Gêmeas e ao Pentágono. O terrorismo global, que articula células de organizações complexas estruturadas em redes, é uma das faces da globalização.
É importante ressaltar que o terrorismo não é uma prática exclusiva de grupos políticos extremistas. Existe o terrorismo de Estado, especialmente comum nas ditaduras, nas quais ocorrem perseguições políticas, prisões arbitrárias, torturas e assassinatos de dissidentes. Mesmo em democracias frágeis, onde os direitos constitucionais são violados por instituições de Estado, o terrorismo encontra espaço, como o que é praticado por forças policiais e militares contra populações periféricas do Brasil.
Grupos extremistas de linha sunita wahhabita ou salafistas:
- Al Qaeda
Grupo criado pelo saudita Osama bin Laden no Afeganistão com finalidade original de lutar contra a ocupação soviética (1979-89), pela qual recebeu ajuda financeira e militar dos Estados Unidos. Após a ação americana na Guerra do Golfo (1991) e da instalação de bases militares estadunidenses na península arábica, o grupo volta-se contra alvos americanos e foi o responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001 e outros atentados na África, no Oriente Médio e ao jornal Charlie Hebdo, em Paris.
Militante do ISIS carrega a bandeira do grupo.
- ISIS - Estado Islâmico do Iraque e da Síria
Também conhecido como Daesh, esse grupo surgiu nos anos 2000, tendo por base a atuação em territórios de maioria sunita no Iraque, durante a ocupação norte-americana. Ele foi criado para estabelecer um califado nesses territórios. Com o início da guerra da Síria, os objetivos foram expandidos a partir da atuação do grupo em partes daquele país. O grupo é acusado de de diversos crimes de guerra como a perseguição religiosa, o tratamento brutal dado a civis, a imposição do islamismo aos civis, a violência sexual contra mulheres e a destruição de patrimônios históricos da humanidade. Depois de ter o domínio de extensas áreas, perdeu o controle sobre todos os territórios porém sem se desmobilizar para o terror aproveitando a onda de refugiados rumo à Europa para inserir membros do grupo no Ocidente.
- Boko Haram
Grupo extremista que atua no norte da Nigéria, do Camarões e também no Chade e no Níger. Criado nos anos 2000, já realizou diversos ataques terroristas entre os quais se destacam as ações contra igrejas católicas que mataram 28 pessoas em 2011 e o sequestro de mais de 200 meninas em uma escola do nordeste da Nigéria. O grupo cometeu milhares de assassinatos, já forçou o deslocamento de mais de 2 milhões de pessoas e foi considerado o grupo terrorista mais mortífero do mundo em 2015.
- Al Shabaab
É uma milícia terrorista filiada à rede Al-Qaeda que atua na Somália. Surgiu nos anos 2000 em meio à guerra civil do país e controla diferentes partes do território, com áreas rurais, partes do sul da Somália e trechos da capital Mogadíscio. O grupo foi responsável pelo segundo maior atentado terrorista do século 21, usando um caminhão-bomba contra um edifício e matando pelo menos 587 pessoas.
Principais grupos extremistas palestinos
- Hamas.
É uma das mais importantes organizações palestinas, composta por muçulmanos sunitas. O grupo possui um braço armado (Brigadas Izz ad-Din al-Qassam), contudo também possui um braço filantrópico e um braço política, de forma que sua classificação como organização terrorista não é unânime entre as nações. Atua especialmente na Faixa de Gaza, está vinculado à Irmandade Muçulmana e tem como objetivos a autodeterminação da Palestina, a recuperação dos territórios palestinos e impedir o avanço de Israel sobre a Faixa de Gaza.
- Hezbollah.
Grupo extremista transnacional de orientação xiita que surge como uma milícia de apoio à revolução iraniana e desenvolve uma estrutura importante no Líbano, onde atua como partido político e tem relevância por atuar em serviços sociais e na agricultura, dando apoio a milhares de libaneses no Sul daquele país. O grupo operou forte resistência contra operações israelenses ao Líbano, conquistando relevante apoio popular no país. Recebe ajuda financeira do Irã e apoiou o governo xiita da Síria contra os rebeldes sunitas e o ISIS.