domingo, 30 de março de 2008

VÍNCULOS DO JUDAÍSMO COM A PALESTINA

É do Velho Testamento que surgem as principais fontes de conhecimentos sobre as origens do judaísmo. Abraão, saindo das proximidades do rio Eufrates há mais de quatro mil anos, no atual território do Iraque, teria sido designado por Deus para conduzir seu povo a uma estreita faixa de terra entre o Mar Mediterrâneo e o deserto da Arábia, a Canaã ou a Terra Prometida, segundo os textos bíblicos. Tendo se estabelecido, então, nessas terras conhecidas como Palestina, as tribos hebraicas – também chamadas de israelitas por serem descendentes de Israel, neto de Abraão - passam alguns séculos vivendo na região que crêem ser uma promessa divina. No entanto, não se sabe exatamente por qual razão – os estudos de climas antigos indicam que uma grande seca teria tornado a região inabitável por um certo período – as tribos migraram, por volta de 1750 a.C., para o Egito, onde foram escravizadas pelo regime dos faraós.

O mesmo Velho Testamento conta que os hebreus fogem do Egito, depois de quatro séculos de opressão, liderados por Moisés que, conduzido por Deus, teria libertado seu povo atravessando o deserto durante cerca de quarenta anos, transpondo inclusive o Mar Vermelho, que abriu-se para a passagem dos hebreus e fechou-se para a travessia do exército faraônico. E assim, no episódio conhecido como Êxodo, os hebreus retornaram à sua Terra Prometida, tendo Moisés recebido de Deus, durante o retorno israelita, as duas tábuas contendo os dez mandamentos da lei divina, próximo ao Monte Sinai.

De volta à sua terra os hebreus construíram no século XI a.C um suntuoso templo na cidade de Jerusalém com o objetivo de que ele abrigasse a Arca da Aliança, cujo conteúdo sagrado seria formado exatamente pelas tábuas recebidas de Deus por Moisés. Nesta época foi formado o reino de Israel, promovendo uma unificação política das doze tribos hebraicas. Israel teve como reis Saul, Davi e Salomão sendo o último o responsável pela construção do templo de Jerusalém e pelo apogeu do reino que durou aproximadamente 120 anos, pois com a morte de Salomão no ano de 935 a.C., ocorre o Cisma onde duas tribos do sul fragmentaram-se do reino de Israel formando o reino de Judá, com capital em Jerusalém. O reino de Israel, formado pelas outras dez tribos do norte, constituiu capital em Samaria.

Ficou estabelecida, desse modo, a situação política da região, até que em 721 a.C., os dois reinos foram dominados pelos assírios, liderados por Sargão II. A dominação assíria é envolvida em muita crueldade para com os derrotados de todas as áreas. No império que nasce em 1300 a.C. e se expande indo até 612 a.C., era comum a prática de mutilações e de torturas aos povos subjugados, táticas usadas no domínio sobre os povos desta e de outras localidades como Egito, Síria, Armênia e Fenícia.

Em 612 a.C. os assírios foram derrotados pelos caldeus, povo de origem semita (1), o que conduziu à fundação do Segundo Império Neobabilônico, que teve como soberanos Nabopolassar e Nabucodonosor, tendo sido o último responsável pela conquista de Jerusalém e pela destruição do templo da arca da aliança, nessa cidade. Os hebreus foram escravizados e levados de seus reinos para a Mesopotâmia, fato que produziu o episódio conhecido na história hebraica como o “Cativeiro da Babilônia”.

A breve hegemonia babilônica termina em 539 a.C. quando o império é conquistado pelos persas, comandados pelo imperador Ciro. Defensor de uma política pautada no respeito às diferenças religiosas e culturais dos povos conquistados, Ciro liberta os judeus do cativeiro e permite que eles retornem à sua terra e reconstruam seu templo em Jerusalém. No entanto o sistema religioso persa influenciou o judaísmo e este, por sua vez, influenciou o cristianismo e o islamismo. Zoroastro(2) reorganiza a religião persa, antes de caráter totêmico(3), preservando um dualismo divino pré-existente representado pela luta incessante entre o bem (Ahura-Mazda) e o mal (Arimã). O Masdeísmo(4), fruto do trabalho de Zoroastro, contém conceitos como o Juízo Final, livre-arbítrio e aborda a vinda de um Messias concebido por uma virgem, a ressurreição dos mortos e a recompensa com vida eterna no paraíso, aos homens bons.

Duzentos anos depois, Alexandre da Macedônia expulsa os persas da região, criando o maior império formado até então, que seria superado apenas pelos romanos, anos depois. E foram os romanos que dominaram os hebreus no ano 63 a.C. Eles reprimiram duramente as revoltas organizadas por grupos nacionalistas judaicos, destruindo novamente o templo de Jerusalém, em 70 d.C., e determinando a Diáspora Judaica, em 135 d.C. Do templo sobrou apenas o Muro das Lamentações, existente até os dias atuais.

Na diáspora, termo que significa dispersão, os judeus se espalharam pelas diversas províncias romanas na Europa e na Ásia, e passaram a viver em pequenas comunidades onde buscaram conservar seus costumes, sua língua e principalmente sua religião. Os princípios religiosos contidos nos cinco primeiros livros da bíblia, denominados Torá ou Pentateuco, reúnem as obrigações essenciais da vida judaica. Entre os séculos III e VI d.C. surge o Talmud, um livro com o objetivo de reunir os ensinamentos religiosos antes passados de pai para filho, abandonando uma tradição oral em prol de uma tradição escrita. O termo 'Talmud' vem do hebraico e significa estudo.

A 'Sinagoga' – termo que vem do grego e significa congregação ou assembléia - é o espaço de reunião da comunidade para as práticas rituais do culto judaico.No entanto, nem sempre, mesmo depois da diáspora, esse culto foi livre. Depois de mais de dois mil anos de vínculo histórico com a região da Palestina, e de serem dominados por diversos povos como os assírios, os babilônios os persas e os macedônios, os judeus são obrigados pelo império romano a espalhar-se por vastas regiões, onde tentarão conservar suas tradições por mais de dezoito séculos, quase sempre sob perseguição ou em caráter clandestino.

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(1) Semita - Indivíduo dos semitas, família etnográfica e lingüística, originária da Ásia ocidental, e que compreende os hebreus, os assírios, os aramaicos, os fenícios, os árabes.

(2) Zoroastro – Também conhecido como Zaratustra, criador da casta dos magos e reformador do masdeísmo, do qual conservou a concepção dualística do universo.

(3) Totêmico – Relativo ao totem que em diversos povos e sociedades é representado por um animal, vegetal ou qualquer entidade ou objeto em relação ao qual um grupo ou subgrupo social (p. ex., uma tribo ou um clã) se coloca numa relação simbólica especial, que envolve crenças e práticas específicas, variáveis conforme a sociedade ou cultura considerada.

(4) Masdeísmo - Religião antiga dos iranianos (persas e medos), caracterizada pela divinização das forças naturais e pela admissão de dois princípios em luta, aúra-masda e arimã.

sábado, 29 de março de 2008

OTAN NO KOSOVO: RELAÇÕES COM O EURO

É fato notório que a OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte – foi criada em 1949 com o objetivo de defender os paises do bloco capitalista contra um possível ataque soviético no contexto da guerra fria. No entanto esse organismo não promoveu nenhuma ação militar durante aquele período histórico. Seu primeiro ataque foi contra o Iraque que tinha invadido o Kuweit, detonando a guerra do golfo. E nessa ação os americanos atingem ao menos dois objetivos importantes para a geopolítica da Nova Ordem Mundial então inaugurada. Vejamos.

Um dos objetivos alcançados foi a legitimação da guerra anti-imperialista, desde que o imperialismo em questão não seja o norte-americano. A invasão iraquiana ao país vizinho e riquíssimo em petróleo foi considerada uma atitude imperialista que deveria ser combatida. Outro objetivo alcançado foi a afirmação da necessidade de continuidade da existência da OTAN como uma força multilateral de coalizão capaz de intervir militarmente em situações que envolvam conflitos estratégicos como a guerra do golfo e a belicosa fragmentação da antiga Iugoslávia. Neste último caso foram duas as intervenções da OTAN.

A primeira, em 1995, quando o processo de independência da Bósnia-Herzegovina já envolvia práticas de limpeza étnica do exército sérvio contra os muçulmanos que vivem na região. Como resultado da ação foi assinado o Acordo de Dayton, nos Estados Unidos, que transformou a antiga república da Bósnia numa Confederação que inclui duas repúblicas: a República Muçulmano-Croata e a República Sérvia, esta última ocupada por população, em sua maioria, de origem sérvia.

Em 1999 foi a vez da OTAN atuar no Kosovo. Os Kosovares, que tem origem albanesa, contestaram o poder sérvio sobre a região e desse movimento surgiu o Exército Kosovar de Libertação Nacional. Este grupo, apoiado pela maioria da população, entrou em conflito contra a Sérvia em 1996, pouco depois da pacificação da Bósnia. Durante os três anos do conflito as mesma práticas de limpeza étnica - migrações forçadas, assassinato de mulheres e de crianças – permearam as ações do exército sérvio sob a tutela de Slobodan Milošević.


Os Estados Balcânicos

Mas a ação da OTAN só chega em março de 1999 quando a capital da Sérvia foi bombardeada. E a presença da OTAN se justifica pela entrada em vigor do Euro – moeda única da União Européia – fato que ocorreu em 1º de janeiro de 1999. Nesse primeiro momento a moeda ainda não circulava nas ruas mas já possuía cotação e era comercializada em mercados de capitais e de câmbio. Dos quinze membros do bloco à época, doze adotaram a nova moeda, dentre eles a Grécia. Por conta da proximidade grega com a região do conflito, a OTAN atua com o objetivo de evitar um possível transbordamento do conflito para o território grego, o que certamente afetaria a cotação do Euro.



O Polêmico bombardeio à TV em Belgrado

Não foi, portanto, por uma questão humanitária, para combater a limpeza étnica que a OTAN atuou no Kosovo. Recentemente a região - que foi administrada pela ONU, mesmo pertencendo à Servia como uma província autônoma - declarou sua independência, que foi apoiada pelos americanos e criticada pelos russos. Assim como o Kosovo, a Vojvodina, espaço com população de origem húngara, também constitui um foco de tensões, embora mais brandas, na região dos Bálcãs, atualmente.

quarta-feira, 26 de março de 2008

ECOMALTHUSIANISMO E OUTRAS TEORIAS DEMOGRÁFICAS

O Ministro da Igreja Anglicana Thomas Robert Malthus publicou na Inglaterra o Ensaio sobre o princípio de população, no ano de 1798, e esta obra tornou-se uma referência para o estudo da demografia no século XIX. Em sua essência o texto tinha como preceito o fato de que a produção de alimentos crescia em Progressão Aritimética (PA) e a população mundial crescia em Progressão Geométrica (PG). Sabe-se que o crescimento em PG é muito mais rápido que o em PA, portanto, para Malthus, tal tendência demográfica seria responsável pela situação de fome de parte da população. No entanto tais preceitos são absolutamente falsos e a teoria do ministro, portanto, também o é.

Crendo na exatidão de seus preceitos, o religioso apresentou o problema à sociedade em sua obra e nela também propôs soluções. Dentre elas destacam-se várias formas de controle da natalidade como a abstinência sexual, o casamento tardio (pressupõe-se o sexo liberado apenas após o matrimônio) e o celibato. Nota-se que todas as propostas são permeadas de alguma forma por um caráter religioso que Malthus impôs ao seu discurso pretensamente científico. Cabe considerar que além dos crescimentos da produção de alimentos e populacional não ocorrerem em PA e PG respectivamente, a teoria malthusiana não vislumbrou as transformações intensas que o processo de produção agrícola sofreu e que elevaram sua produtividade. Hoje o mundo produz alimentos suficientes para alimentar quase o dobro da população mundial, e a fome persiste. Onde está o erro?

Na distribuição desigual, é claro.

Já no século XX surge o Neomalthusianismo com intuito de justificar a desigualdade da Divisão Internacional do Trabalho (DIT). Na DIT Clássica os países centrais exportavam produtos industrializados para os países periféricos e recebiam matérias-primas destes. A enorme diferença no valor das produções desses dois grupos de países manteve as riquezas concentradas nos países industrializados e altamente desenvolvidos. A relação comercial dos países periféricos é desvantajosa pois eles compram produtos caros e vendem produtos baratos e essa situação limita as possibilidades de desenvolvimento desses países. Para mascarar esse processo é que surge a Teoria Neomalthusiana.

Ela afirma que os países periféricos são pobres pois sua população é muito grande e consome seus escassos recursos. É fácil acreditar nessa idéia quando se compara o Reino Unido ou a Alemanha com a China ou com a Índia. Os países europeus altamente desenvolvidos possuem populações muito menores do que a destes países asiáticos, que apresentam quadros sociais péssimos com altos níveis de pobreza. Mas se compararmos Brasil e Estados Unidos, vemos que o nível de desenvolvimento norte-americano é maior e sua população também. Ou seja, o problema não está no tamanho da população brasileira e sim na desigualdade, no abismo econômico que separa esses dois países.

É semelhante ao que se diz das famílias pobres com muitos filhos. Se uma família tem renda média de um salário mínimo e é formada por dez filhos, a família é pobre. E se uma família com a mesma renda tiver apenas um filho? Será pobre também, pois um salário mínimo é pouco para a sobrevivência de uma pessoa, quanto mais de uma família com pai, mãe e um filho. O problema é ter muitos filhos? Não. O problema é a família não ter acesso a renda. É claro que as condições de vida tendem a piorar com mais pessoas, mas, se for atingido um certo ponto de pobreza, não faz diferença se há um filho ou dez. Todos terão condições péssimas de sobrevivência. A única diferença é que temos mais pessoas sofrendo pela miséria.

O discurso neomalthusiano impõe aos países pobres a culpa pela própria pobreza e esconde os limites impostos pela DIT injusta ao desenvolvimento deles. E ainda propõe um forte controle de natalidade, o que estimulou, inclusive, o envio de equipes técnicas preparadas para ensinar o planejamento familiar e praticar cirurgias de esterilização feminina. Sabe-se que em alguns casos tais cirurgias eram feitas sem o consentimento das pessoas, das famílias. Algo imposto, violando as liberdades pessoais e o direito de escolha. É para criticar essa visão neomalthusiana e suas recomendações que surge a teoria reformista, cujo preceito principal é a idéia de que a DIT injusta é responsável pelo subdesenvolvimento.

No final dos anos sesenta, paralelamente à emergência da ecodiplomacia, que visa discutir entre os países as questões de caráter ambiental, surge o Ecomalthusianismo. Essa teoria foi defendida pelo Clube de Roma, formado por cientistas, economistas e funcionairos governamentais de alto escalão, e baseia-se na idéia de que o sistema global é formado por recusrsos finitos em acelerado processo de desgaste diante do crescimento populacional e das demandas produtivas do mundo contemporâneo. A lógica é que quanto maior é a população, maior o consumo dos recursos naturais.

Tendo em vista tal lógica, o Clube de Roma propôs o controle da natalidade nos países de maior crescimento populacional - leia-se países da América Latina, África e Ásia. Além disso propôs uma mudança estrutural da economia que deveria passar de uma economia de produção para uma economia de serviços. E é exatamente quando recomenda o controle da natalidade nos países pobres que a teoria perde sua lógica pois deve-se considerar as desigualdades no padrão de consumo entre os países centrais e os periféricos.

Tomemos por exemplo a questão da água, que é um recurso estratégico. A Organização Mundial de Saúde recomenda o consumo diário de 80 litros por pessoa/dia para ingestão, higiene pessoal e doméstica, e para o preparo de alimentos. No Quênia o consumo médio é de 5 litros por pessoa/dia, a mesma média de água utilizada diariamente pelos norte-americanos para lavar carros e regar jardins. Sabe-se que o crescimento vegetativo da população do Quênia é bem maior do que o dos Estados Unidos, mas será que foi esse crescimento que gerou tamanha diferença no consumo de água entre os dois países?

Não. A infra-estrutura implementada e o desperdício norte-americano é que elevam o consumo por pessoa/dia de sua população. Portanto não é necessário controlar a natalidade no Quênia pois não é lá que está o consumo excedente. Deve-se reduzir, todavia, o desperdício da sociedade norte-americana. Mais uma vez o problema não é demográfico.

Ou seja: Malthusianismo, Neomalthusianismo e Ecomalthusianismo são teorias demográficas que impõem as responsabilidades sobre a fome, o subdesenvolvimento e o desastre ambiental mundial, respectivamente, sobre as famílias e países pobres, e defendem que são estes que devem controlar suas taxas de natalidade. No entanto esquecem-se de avaliar a desigualdade existente na distribuição dos recursos alimentares, financeiros e no consumo dos recursos naturais, que é alto nos países centrais e limitado nos países periféricos. A questão resolve-se, portanto, ao se compreender que é a distribuição desigual dos recursos que gera tais diferenças entre os países.

segunda-feira, 24 de março de 2008

PEA AGRÍCOLA E INDUSTRIAL EUROPÉIA

A distribuição da População Economicamente Ativa (PEA) na Europa é heterogênea em todos os setores por conta da heterogeneidade do próprio continente em questão. Os gráficos que seguem foram elaborados com dados do ano de 1990 obtidos pela OIT e pelo Banco Mundial em pesquisas publicadas em 1997 e 1998 respectivamente.

Todos os países destacados em cada gráfico pertencem atualmente à União Européia, exceto a Noruega, e notam-se diferenças enormes quando se analisa o percentual da PEA empregada na agricultura. Nos extremos do gráfico temos o Reino Unido, com apenas 1,5% de sua PEA na agricultura e a Polônia, com 27% da PEA ocupada nesse setor. Observe o Gráfico:



Para o caso do Reino Unido, assim como para Bélgica, Noruega, França, Espanha, Portugal, Grécia e Chipre, o que explica um percentual inferior a 20% da PEA é o predomínio das atividades terciárias como o comércio, o turismo e a prestação de serviços em geral, embora todos, com exceção de Grécia e Chipre, possuam parques industriais relevantes.

Para o caso da Alemanha e da República Tcheca, o baixo percentual está associado ao peso da atividade industrial desses países que tem sua PEA com frações próximas a 40% ocupadas na Indústria. No caso alemão, fruto dos pesados investimentos privados de grandes corporações transnacionais com sede naquele país, e para a República Tcheca, por conta da herança produzida pela influência socialista e seu modelo de economia planificada orientada para os investimentos em indústrias de base.

É exatamente a mesma razão que explica os altos índices de PEA ocupada na Indústria nos países do Leste Europeu, já que estes sofreram influência socialista semelhante delineando suas economias para uma forte base industrial. Observe o gráfico:

Nota-se que países como Letônia, Estônia e Lituânia (ex-repúblicas soviéticas) possuem altos índices de população ocupada na indústria. O mesmo vale para a Eslovênia (Estado originado na fragmentação da antiga Iugoslávia), para República Tcheca, Romênia e Bulgária, todos com história de influência soviética no pós-guerra.

Sem dúvida tais dados refletem as diferenças nos níveis de desenvolvimento em que se encontram cada grupo de países. Dos Estados citados temos Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Noruega e Bélgica fazendo parte do grupo de países desenvolvidos altamente industrializados; Espanha, Portugal e Grécia como parte dos desenvolvidos de industrialização recente; Chipre, que em conjunto com Malta forma o grupo de desenvolvidos com fraca industrialização; e Polônia, República Tcheca, Estônia, Letônia, Lituânia, Eslovênia, Romênia e Bulgária, que fazem parte do grupo de países ex-socialistas com modelo de industrialização de base.